(*) Célio Studart
Os cuidados com a saúde mental têm se mostrado cada vez mais importantes e necessários, exigindo urgentes investimentos em políticas públicas, ações legislativas e conscientização para quebrar tabus, preconceitos e desinformação, além de prestar o devido acolhimento a quem precisa.
O desafio é grande e foi agravado pela pandemia. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019, ainda antes da ascensão da COVID-19, quase um bilhão de pessoas – incluindo 14% dos adolescentes do mundo – viviam com um transtorno mental.
Para se ter uma ideia do tamanho do desafio, o suicídio foi responsável por mais de uma em cada 100 mortes e 58% dos casos correram antes dos 50 anos de idade.
No Brasil a situação também é preocupante. Ainda segundo a OMS, o país já liderava o ranking global de casos de ansiedade antes da pandemia — e também estava à frente nos números de incidência de depressão entre os países da América Latina.
Diante deste cenário e dos múltiplos desafios que se colocam, tenho agido no Congresso para colocar este tema em evidência, cobrar o governo federal, aperfeiçoar nossas leis e promover ações inclusivas. Neste ano apresentei projetos de lei que garantem vagas em empresas para pessoas com transtorno mentais e criam o prontuário único de saúde, facilitando a vida do paciente. Também cobrei oficialmente do Ministério da Saúde a abertura de mais leitos psiquiátricos nas redes pública e privada.
Atenta à relevância do tema, em maio a Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que cria o Programa Nacional de Prevenção da Depressão, inclusive incorporando uma proposta de minha autoria. Além disso, no início do próximo semestre lançaremos a Frente Parlamentar Mista para Promoção da Saúde Mental, da qual serei vice-presidente. Este será um fórum de debates e soluções de suma importância, que servirá como canal de diálogo e propostas com todos os atores envolvidos, a exemplo de pesquisadores e entidades médicas.
É inequívoco que o bem-estar de cidadãos em todo o planeta vem sendo afetado por múltiplos fatores, com consequências nefastas para a saúde mental – das guerras às mudanças climáticas, do superendividamento à violência urbana, no caso de países como o Brasil. Por isso, o nosso mandato não poupará esforços em busca de políticas e leis capazes de assegurar direitos e pressionar por uma melhor assistência à população.
(*) Deputado federal pelo PSD-CE.
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